Quer Pipoca?: fevereiro 2012

23 de fevereiro de 2012

Carros 2 (2011)

(Cars 2) Estados Unidos, 2011
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O superastro das corridas Relâmpago McQueen (dublado por Owen Wilson) e o inigualável carro-guincho Mate (dublado por Larry the Cable Guy) levam sua amizade a novos e emocionantes destinos internacionais em Carros 2, quando viajam ao exterior para disputar o primeiro Grand Prix Mundial que determinará quem é o carro mais veloz do planeta. Mas a estrada para o título é cheia de buracos, desvios e surpresas hilárias e Mate acaba se envolvendo em uma outra aventura  emocionante: espionagem internacional. Dividido entre ajudar Relâmpago McQueen em sua importante corrida e uma missão secreta de espionagem, a viagem de Mate será de muita ação e perseguições explosivas pelas ruas do Japão e da Europa, seguido por seus amigos e observado por todo o mundo. Um elenco de carros novos e coloridos acrescenta ainda  mais diversão, incluindo agentes  secretos, vilões ameaçadores e competidores internacionais.
Fonte: Filmes de Cinema




CRÍTICA
Mate garante a pole position

Focado no "ator coadjuvante" de Carros, Mate, o segundo filme da franquia é mais tocante por trazer à tona a amizade verdadeira entre o guincho caipira e o carro de corrida urbanóide Relâmpago McQueen e também extremamente mais engraçado por trazer a personagem mais interessante para o centro da telona. Mate é convidado por seu melhor amigo a integrar de sua equipe no Grand Prix Mundial, que tem a largada em Tóquio, no Japão, passando por Porto Corsa, na Itália e finalizando na inglesa Londres (mas o Brasil está representado pela competidora Carla Veloso que está figurando entre os primeiros colocados no Grand Prix).

Logo na primeira cidade, Mate faz com que McQueen perca a corrida para seu rival, obviamente sem intenção. Mas a briga gerada por conta disso, faz com que ele abandone tudo de volta à Radiator Springs. Mas, sem saber, ele acaba envolvido numa missão espiã para descobrir quem está por trás de um plano maligno ligado às empresas petrolíferas. Depois de uma descoberta em Paris, ele acaba preso dentro do Big Ben londrino com seus novos amigos agentes secretos e a sua amizade pelo campeão das pistas se vê ameaçada.

O filme traz um roteiro bem montado, não tedioso e cheio de boas tiradas, que são belamente ornamentados com cenários realistas e efeitos digitais muitas vezes surpreendentes. E é também interessante a tentativa inevitável de se localizar nos pontos turísticos e partes das cidades visitadas pelo Time McQueen, como a Torre Eiffel ou Arco do Triunfo, em Paris. E as incorporações motorizadas também atacam personalidades como um carro elegante e coroado representando a Rainha inglesa ao lado de seu Príncipe Wheeliam.

O vilarejo italiano apresentado, traz o bom calor humano (mas agora com motores e carrocerias) da terra do macarrão e é palco de uma das cenas tocantes do longa, com o tio de Luigi e Guido aconselhando Relâmpago McQueen acerca de sua saudade e falta de ânimo. Muito bem colocada.

O acerto do filme perante seu antecessor vem da colocação de McQueen como coadjuvante e Mate protagonizando cenas cotidianas divertidíssimas, como o uso de um banheiro tecnológico em Tóquio ou a tentativa infrutífera de fazer os guardas reais ingleses sorrirem. Faz com que o uso da turbina seja hilário. Essa me parecia a escolha adequada desde o primeiro filme. As personagens menos providas de inteligência, geralmente coadjuvantes na história, são quem sempre ganham o brilho e dão ritmo ao filme (e pelo menos são as que mais me encantam) e como já havia ficado claro, mas não em evidência direta, em Carros, Mate dá a luz que série precisa. Ele é o protagonista. Quem não prefere um caminhão rebocador velho, trapalhão e de coração puro a um reluzente carro de corrida? A crítica de Hollywood. Mas eu já tenho meu Mate de plástico na coleção.


17 de fevereiro de 2012

A Mulher de Preto (2012)

(The Woman In Black) Reino Unido / Canadá / Suíça, 2012
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O jovem advogado londrino Arthur Kipps (Daniel Radcliffe) é forçado a deixar seu filho de três anos e viajar para a pequena vila de Crythin Gifford para tratar dos assuntos do recentemente falecido dono da Casa Eel Marsh. Mas quando ele chega à arrepiante mansão, descobre segredos obscuros no passado da cidade. Sua sensação de mal-estar aumenta quando ele vislumbra uma misteriosa mulher toda vestida de preto.
Fonte: Cine Pop




CRÍTICA
Voldemort assusta menos

During afternoon tea, there’s a shift in the air
A bone-trembling chill that tells you she’s there
There are those who believe the whole town is cursed
But the house in the marsh is by far the worst
What she wants is unknown, but she always comes back
The specter of darkness, the Woman in Black

Durante o chá da tarde, há uma mudança no tempo
Um calafrio de tremer os ossos te avisa que ela está lá
Há aqueles que acreditam que toda a cidade está amaldiçoada
Mas a casa no pântano, é de longe a pior
O que ela quer é desconhecido, mas ela sempre volta
O espectro das trevas, a Mulher de Preto

O poema narrado por uma criança no primeiro teaser nos revela os caminhos que o enredo percorrerá. Aconteceu na sede da Paris Filmes nessa quinta-feira a cabine de A Mulher de Preto (The Woman In Black), o primeiro filme de Daniel Radcliffe em um papel adulto após Harry Potter e que se passa no vilarejo Crythin Gifford, uma região remota da Inglaterra. Daniel é Arthur Kipps, um jovem advogado viúvo de Londres, destinado a cuidar dos papéis de um cliente recém-falecido. Ao chegar à vila, descobre que seus moradores acreditam em uma maldição que relaciona suas crianças à casa Eel Marsh, uma mansão que fica no pântano, afastada do pequeno vilarejo. Essa é justamente a casa da qual Arthur deve cuidar da papelada. Movido pela responsabilidade de manter seu emprego para que possa cuidar de seu filho de quatro anos, ele vai até Eel Marsh e lá se vê posto cara a cara com uma mulher vestida de preto, a personificação do que assombra a vila.

Verdadeiramente assustador, o filme começa com Daniel Radcliffe surpreendentemente distante da franquia mágica, principalmente em termos de atuação e fotografia. O visual para um jovem pai em cena nos ajuda a logo de cara colocar o bruxo de lado e ver somente o advogado atormentado pela perda da esposa no parto de seu filho (interpretado por Misha Handley, afilhado de Daniel na vida real). É uma pena que essa fotografia só volte a ajudar de fato nas últimas cenas do filme; durante o clímax, ela nos leva de volta aos mistérios de Hogwarts e por vezes dá ares de boneco de cera ao rosto do ator. Mas em resumo, isso acaba passando como um pequeno detalhe. A atuação de Radcliffe segura bem nossa atenção durante todo o desenrolar da história e transmite veracidade ao público. Não fosse termos visto exaustivamente essa sua faceta de suspense silencioso explorada nos últimos dez anos, teria surpreendido. Depois de tanto tempo, será difícil desconectá-lo de Potter, mas essa visão está mais em quem assiste do que na tela. Daniel parece bem à vontade, livre dessas amarras mágicas. Mesmo porque agora o inimigo, mesmo que também vestindo preto e com rosto cadavérico, é definitivamente mais assustador que Voldemort. A tensão antes dividida em 8 filmes, se concentra agora em quase duas horas. É mais intenso e palpável.

Ciarán Hinds (que contracenou com Radcliffe em “Relíquias da Morte - Parte 2”) interpreta o Sr. Daily, um morador do vilarejo, descrente no espiritismo tomado como maldição por seus vizinhos. Ele encontra Sr. Kipps na viagem de trem até Crythin Gifford e acaba se tornando o ponto de apoio do advogado durante toda a trama, o ajudando a cada passo, mas evitando se envolver diretamente com a jornada principal de Arthur, relacionada à figura da Mulher de Preto. Janet McTeer causa umas boas doses de pressão no apoio de braço das cadeiras do cinema como a esposa do Sr. Daily, uma senhora perturbada pela morte precoce de seu filho e que acha que por vezes o encarna.

O longa concentra diversos elementos clássicos das histórias de fantasma, como a mansão mal-assombrada, jogo de luzes e sombras, ângulos de câmera mais próximos às personagens, trilha sonora envolvente e, claro, sustos que nos fazem pular da cadeira. Algumas cenas causam um arrepio real ou um desconforto do espectador (que muitas vezes conversa no cinema como forma de driblar seu medo, atrapalhando as outras pessoas). Há também, por parte dos olhos, uma busca incessante nos cantos de cada cena para procurar uma mulher vestida de preto. E como todo bom filme de terror atual, as crianças são extensamente utilizadas para apresentar o contrabalanço entre o puro mundo infantil e o perverso e cruel horror que corrompe até esses seres inocentes, deixando o espectador muito mais perturbado com o que vê. Mas esse mundo seria ainda melhor representado se as bonecas e caixinhas de música não fossem deliberadamente assustadoras por si só, sendo claro que estão ali só pra assustar, sem o lado mais puro desses brinquedos.

Não fica muito claro no final qual a motivação real que a Mulher de Preto tem em suas aparições e assombrações, mas é desafiador e tentador não ficar com os músculos tensionados durante quase toda a narrativa, com destaque para as cenas de Arthur Kipps e Sr. Daily na tentativa de desfecho do mistério, que além do receio de sustos que nos acompanha desde o início, traz também um certo asco atraente em relação ao que se vê.

A Mulher de Preto estreou no início de fevereiro nos Estados Unidos e chega aos cinemas brasileiros com grande expectativa em 24 de fevereiro, com pré-estreias pagas nos dias 22 e 23 do mesmo mês. The Woman In Black também é um musical do West End de Londres que estreou em 1989 e já tem ingressos à venda até dezembro desse ano pelo site http://www.thewomaninblack.com.


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